A associação Apropesca foi visitada por três deputados do CHEGA eleitos pelo círculo do Porto. O trio foi conhecer os projetos e ouvir as preocupações da entidade liderada por Carlos Cruz. O dirigente afirma-se desesperado com o estado atual do setor e está à procura de soluções para o viabilizar. Com a ajuda dos políticos, Carlos Cruz espera que a voz dos pescadores seja escutada, algo que nos últimos anos não aconteceu, segundo defendeu. O armador não pede financiamentos ou apoios e só deseja que os homens do mar possam trabalhar sem problemas, sejam eles portugueses ou do sudeste asiático.
O maior problema da Apropesca, desde há 4 anos para cá, é o número de trabalhadores indonésios que exercem funções piscatórias. Seguindo a lei, 50% da tripulação tem de ser portuguesa, no entanto Carlos Cruz alega que isso é impossível de concretizar nesta altura. Para tal acontecer, 90% das embarcações acabavam por ficar em terra. Esta situação gera uma enorme caça à multa, porque obriga a associação a não cumprir a lei para conseguir trabalhar com normalidade. “O armador é obrigado a aldrabrar, para a embarcação conseguir ir para o mar. Depois, claro que existe caça à multa”, salientou o mestre.
Neste momento, os associados da Apropesca contam com vários trabalhadores indonésios, que têm sido cruciais para trazer o peixe para o prato dos portugueses. Carlos Cruz comenta que há uma escassez de pescadores nacionais:”O que nós queremos são pescadores a trabalhar e neste momento quem está aqui para nos ajudar são os indonésios, não há portugueses”. Quanto ao futuro da pesca, se tudo continuar assim, o presidente vê as coisas “muito feias”, porque sente que as pessoas estão a abandonar o ofício, especialmente pelo excesso de burocracias, citando: “Estou a ver pessoas a desligar-se da pesca, barcos para o abate, pessoas já cansadas destas burocracias, a afirmar que têm medo de trabalhar”.
Para rematar a reunião, o deputado Rui Afonso, garantiu que o CHEGA vai tentar resolver os problemas urgentes no setor, em prol da qualidade de vida dos homens do mar: “Queremos construir uma nova legislação ou alterar a já existente, no sentido de defender ao máximo um setor, que cada vez mais, está a ser asfixiado pelo governo”.