São da zona da Póvoa de Varzim e Vila do Conde os três pescadores portugueses que permanecem no interior de um barco, atracado há mais de uma semana e isolado em Viana do Castelo, depois de outros três tripulantes de nacionalidade indonésia terem testado positivo à doença COVID 19. Um deles teve inclusive de ser evacuado por helicóptero quando a embarcação denominada “Nossa” estava no alto mar. Este pescador, o caso mais grave, já se encontra em casa e bem de saúde.
Mas os restantes estão no barco, mas com vontade de regressar a casa nem que seja para lá cumprir o isolamento. A história é contada pelo jornal digital “O Minho” que ouviu o comandante da capitania de Viana do Castelo, Rui Silva Lampreia explicar que tendo em conta o surgimento de dois novos casos, as autoridades de saúde decidiram prolongar o isolamento a que já estavam sujeitos (no alto mar), mas desta vez atracados no porto de Viana. O militar garante que a tripulação tem sido regularmente testada, e apenas existem os tais mais dois casos, mas ainda não foram dados como recuperados pelo que toda a tripulação está em isolamento (e ali passou o Natal).
Refere o “Minho.pt” que o armador e proprietário do barco tem providenciado as condições para que os funcionários possam ali sobreviver enquanto aguardam novas indicações do delegado de saúde da Unidade Local de Saúde do Alto Minho.
A situação desagrada, no entanto, aos pescadores que estão a pouco mais de três quartos-de-hora de viagem, por estrada, de casa. Um deles, João Braga, disse à mesma fonte que os tripulantes não compreendem porque são mantidos com os outros infetados quando podiam estar nos seus domicílios . “Agora estamos aqui há oito dias, no Porto, temos comida porque já estávamos abastecidos para dois meses que íamos estar no mar, mas das autoridades de saúde só nos dizem se estamos positivos ou negativos, não nos dizem mais nada, nem uma palavra de consolo nem nos explicam o que se está a passar, sequer”, disse.
Foto: Joca fotógrafos / Minho.pt