Os vereadores do PS na Câmara da Póvoa de Varzim estão apreensivos quanto aos resultados do Marketplace. João Trocado e Ilda Cadilhe solicitaram informação sobre a plataforma e em comunicado defendem que se impõe “uma reflexão sobre o manifesto insucesso de uma medida importante no apoio ao comércio local”. Os socialistas revelam que apenas se “encontram inscritos 3.761 clientes, num universo de 40.000 pessoas avançado pelo Edil em janeiro” e que em 10 meses de funcionamento “a faturação total realizada neste mercado foi de 32.665,13€, um valor que não consegue sequer justificar o investimento de 54.000€ na construção da plataforma, contratada ao Grupo PIE”.
O PS Póvoa conclui que “o dinheiro gasto pela Autarquia não teve impacto nos desafios o comércio local enfrenta, tendo sido a empresa a quem foi adquirido o serviço a única a lucrar”, acrescentando que o desconhecimento “leva o Município a comprar ilusões de agentes privados e a desperdiçar o dinheiro dos poveiros”. A nota assinada por João Trocado defende que a ”plataforma adquirida não é sequer uma loja online, muito menos um Marketplace ao estilo da Amazon, tratando-se antes de uma aplicação difícil de gerir pelos comerciantes e de navegar pelos clientes”, provocando “o duplo prejuízo de não acrescentar clientes ao comércio local, visto que não é divulgável nas redes sociais ou pesquisável em motores de busca, e de não acrescentar serviços aos clientes, como a entrega dos bens em casa, proposta que o PS apresentou e a Câmara Municipal rejeitou”.
Na sequência do protocolo recentemente assinado, “a adesão dos comerciantes e o sucesso do Marketplace fica nas mãos da Associação Empresarial da Póvoa de Varzim, que terá uma segunda chance para tentar inverter o rumo da plataforma”, espera o PS, que mesmo assim diz ter ouvido “vários comerciantes que entendem que a escolha de uma plataforma desenvolvida em interligação com o software de “point of service” do grupo PIE, não sendo uma solução apropriada ao comércio eletrónico, condenou este projeto ao fracasso, desde o início”.
O documento finaliza com a afirmação que “este caso representa mais uma oportunidade perdida para afirmar a Póvoa de Varzim e o seu comércio e vem ressaltar a necessidade de um novo rumo na governação autárquica no concelho”, defendendo o PS “uma liderança afirmativa, competente e com uma visão estratégica própria, que não se iluda nem queira iludir os poveiros com jogadas de marketing político”.