O município de Esposende recuperou do fundo do mar dois canhões de bronze do século XVI, que após análise remetem a uma embarcação quinhentista, cujos destroços deram à costa em 2014. A operação de resgate decorreu no largo da praia de Belinho, depois de inúmeros alertas ao Serviço de Património Cultural, vindos da autarquia. Os trabalhos arqueológicos foram efetuados com urgência, aproveitando assim a fraca ondulação que facilitou todo o processo. Através da monitorização e registo da área envolvente, verificou-se recentemente que as duas bocas de fogo tinham sido deslocadas, estando dessa forma expostas a danos provocados pela natureza, com um elevado risco das peças de artelharia virem a ser roubadas ou pilhadas. No entanto nada disso aconteceu e a recuperação foi um sucesso. Os artefactos “repousam” agora nas instalações da Câmara Municipal, em tanques contruídos para o efeito em 2017, altura em que os canhões foram descobertos. Sete anos depois, conseguiu finalmente reunir um mar calmo, boa visibilidade, bem como uma equipa subaquática e os devidos recursos para concluir o salvamento. A posse deste importante Património Cultural permitirá uma investigação profunda, com o objetivo de reunir novas perspetivas sobre o navio de Belinho. Paralelamente, será um elemento fulcral para enriquecer o arquivo arqueológico e obter uma análise da população dando ênfase à frase “um cidadão ativo esclarecido, é um cidadão ativo!”.