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Autárquicas Póvoa de Varzim (3/4)

Faltam 20 dias para as eleições autárquicas na Póvoa de Varzim e ainda nenhuma candidatura disponibilizou ao público em geral o seu manifesto eleitoral completo. Esta frase, que poderia ser escrita sobre muitos municípios por esse país fora, é um retrato da desvalorização a que está votada a discussão política com conteúdo.

Vários partidos políticos já preencheram (esbanjando simpatia no verbo) as nossas rotundas com caras que, ora sorridentes, ora graves, vão procurando aumentar a notoriedade dos candidatos apresentados. Com toda a naturalidade e lógica, os partidos de oposição- ou os que apresentam um candidato novo- têm maior necessidade de dar a conhecer as caras que, passe a quase redundância, corporizam os projectos políticos a apresentar. Já para quem detém o poder político há muito tempo, a utilização de cartazes, ou de materiais de campanha com a cara do candidato, é menos relevante e necessária. No entanto, num estilo algo demagógico inaugurado pelo nosso Presidente da República, vemos muitos dos que, por estarem há longo tempo na vida pública e dessa forma terem índices de notoriedade entre os seus munícipes ou fregueses a rondarem os 100%, a fazer grande alarido da intenção de não utilizar meios de campanha eleitoral de que efectivamente não precisam, tentando dessa forma condicionar os adversários que, não tendo o mesmo nível de reconhecimento imediato por parte da população, em teoria beneficiariam mais de ter a sua imagem ubiquamente exposta pelo concelho ou freguesia.

Por outro lado, sabemos que vivemos num mundo em que as redes sociais se vão tornando na principal arena de combate político. No entanto, numas eleições autárquicas num concelho com as características da Póvoa de Varzim, que é suficientemente grande para não conhecermos as famílias e os antecedentes de cada candidato, mas em que muito provavelmente todos conheceremos alguém que integra uma lista candidata nestas eleições, a opinião que temos sobre as pessoas que integram as listas, ou o conhecimento directo que temos das pessoas que as encabeçam, podem acabar por determinar o nosso sentido de voto, mais do que a filiação partidária ou a orientação ideológica, ou as ideias apresentadas para a governança das concretas autarquias locais.

Nesse sentido, é natural que uma parte importante da campanha seja o dar a conhecer nesses meios – particularmente na rede social mais popular e transversal, o Facebook- todos os rostos que integram as listas, com a excepção dos casos de listas feitas “a martelo” com familiares ou moradores de outros concelhos.

Aquilo que já não é tão aceitável, é que nessa azáfama a disputa de ideias e projectos seja relegada para terceiro plano. Até ao momento, o único pingue-pongue de comunicados das concelhias das duas forças políticas mais representativas do concelho esteve relacionado com uma alegada pressão feita por autarcas do PSD a pessoas que viriam a integrar as listas apresentadas pelo PS e pela lista independente CABEM. O caso, pouco edificante, acabará por ser resolvido no tribunal.

Em abono da verdade, teremos que dizer que candidaturas como a da Iniciativa Liberal, do Bloco de Esquerda, da CDU e do Partido Socialista já deram a conhecer aquilo que provavelmente serão os eixos estruturantes dos seus programas. Mas, mesmo essas candidaturas, ainda não colocaram em local acessível para todos um documento estruturado com o projecto de governação que preconizam para os próximos quatro anos para o concelho. Isto sem entrar na questão dos programas para cada uma das freguesias, que frequentemente acabam por ser esquecidos.

Esperemos que o “início” oficial da campanha eleitoral traga novidades. Cá estaremos para escrever sobre isso.

6/09/2021

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