Como é possível que tenha estado durante meses um violador a atuar no centro da cidade de Guimarães? Durante meses esteve à solta e agiu impunemente numa área relativamente pequena, tendo violado mais de 10 mulheres. Como é que isto é possível?
Como é que podem ter sido assaltados durante uma só noite mais de 20 carros em Penafiel? E desde quando é que deixar um casaco no interior de um carro em Braga é o equivalente a ganhar um vidro partido e perder um casaco? Mais, como pode um ladrão ser preso mais de 10 vezes pelo mesmo crime e continuar a sair em liberdade? Serão os escapes propriedade comunal?
Como é possível que paredes, contentores e placas de sinalização apareçam da noite para o dia grafitados no meio de uma zona rural de Vila do Conde?
Como é possível que em pleno dia uma mota com 2 comparsas possa parar em frente de uma loja no centro da Póvoa de Varzim, a escassos metros da esquadra da PSP, descer um deles, fazer um assalto violento à mão armada para depois desaparecer? Como?
Como é possível que um acerto de contas seja resolvido a tiros de pistola numa rua pacata da cidade? E pior como raio é que é possível que o assassino ainda não esteja preso?
Este país não era assim!
A impunidade reina suprema, de pouco adianta as autoridades prenderem se depois a (in)Justiça liberta os coitadinhos. As vítimas são tratadas com desrespeito e os bandidos como vítimas.
Há pouco tempo, estes casos só aconteciam ou no estrangeiro ou em grandes metrópoles nacionais, agora é aqui no nosso meio.
A rua já não é segura, a cidade já não é pacata e o meio rural deixou de ser tranquilo. A mudança veio para ficar e resta ao povo instalar camaras e alarmes, trancar portas, ficar esperto e andar atento.
Certo que o problema tem raízes mais profundas, mas não podemos deixar de culpar este (des)Governo, até porque os exemplos de desrespeito à autoridade vieram de cima, com políticas sociais absurdas que vitimizam ladrões e culpabilizam as vítimas e atacam as forças policiais.
A isto ajudou, e muito, a criação de Leis cada vez mais esquisitas que legalizam a libertinagem e que atacam a propriedade privada, acompanhado do que aparenta ser uma rápida esquerdização de alguns sectores da Justiça.
Tudo isto com o compadrio da velha e amorfa comunicação social do burgo que filtra e muitas vezes distorce o que sai para o povo.
Finalmente, não podemos cair na tentação de atribuir a culpa de tudo isto em exclusivo à rápida alteração demográfica que vimos assistindo, porque num país com fortes valores e princípios, resta aos novos elementos da sociedade os interiorizar e a eles se ajustarem.
Infelizmente por aqui, assiste-se é, há já alguns tempos, a uma completa inversão dos valores. De tal forma que o país não está a mudar, afinal já mudou, e foi para pior.
Júlio Alves
6/9/2023