A época balnear na região norte encerrou no passado domingo e fomos até à marginal poveira para recolher um balanço sobre a atividade de quem se dedica ao aluguer de barracas de praia durante o verão.
Começamos a nossa incursão junto de Arminda Maganinho. A concessionária do Setor 15 (José Luís e Arminda) reconheceu que este ano o negócio foi “mais fraquinho” e notou-se alguma diferença relativamente aos anos anteriores. A maioria dos clientes de Arminda aluga barracas há muitos anos: “Nós temos uma vasta clientela e praticamente 75% de clientes estão cá neste setor há mais tempo que eu. Eu estou cá há mais de 20 anos e eles já são do antigo concessionário. A nossa sorte é mesmo os nossos clientes já terem cá apartamentos e não têm que alugar casa. E então, aderiram como os demais anos. Geralmente já ficam a barraca marcada de uns anos para os outros.” A empresária apontou o clima como o principal fator de entrave na vinda à praia e aluguer de barracas, mas realçou que no mês passado conseguiu manter o número habitual de clientes : “O agosto manteve-se, mas o tempo não ajudou nada. O tempo foi fraquinho, houve muito nevoeiro […]. Eu acho que se houver sol, as pessoas aderem muito facilmente, porque a Póvoa já é um destino de excelência, é bem conhecido.”
Seguimos um pouco para norte e para a Praia Verde, perto do Náutico (Setor 19), onde se encontra a concessão do presidente da Associação dos Concessionários de Praia da Póvoa de Varzim. Augusto Sérgio defendeu que o maior obstáculo para as pessoas irem à praia é o estacionamento pago nos lugares mais próximos da areia: “Aqui há um inconveniente que é os parques serem a pagar […]. E, portanto, nós sentimos que muitos se recusam a vir para a Póvoa, principalmente a pessoa que vem passar o dia, não tem onde estacionar e arranca, vai embora” para outras praias mais afastadas da cidade poveira. O dirigente admitiu que, comparativamente com os primeiros anos de atividade, 2024 “foi um ano razoável” e considera que agora há menos pessoas a frequentar estas praias: “Antigamente vinha muita gente da aldeia passar o setembro, agora já não vêm. Já é totalmente diferente […]. Já estou aqui há 55 anos e havia um pessoal que era uma coisa doida. As praias fluviais também afastam muita gente.”
Relativamente ao clima, Augusto Sérgio acredita que este não interfere, apesar do nevoeiro por vezes afugentar as pessoas durante as manhãs. O dirigente deixou ainda a preocupação com a subida do mar na costa: “O clima está normal, este é o clima da Póvoa, sempre foi. O problema que temos aqui é que o mar está a comer muita areia […]. A câmara vai ter que ter um trabalho e olhar bem para estas coisas senão estamos a ser interrompidos por causa da subida do mar.”